quarta-feira, 25 de fevereiro de 2015

Novas lentes artesanais


Diz-me porque não hei-de eu escolher olhar o mundo com outras lentes que não estas banais e falaciosas com que nasci.
Diz-me porque não hei-de espreitar pelo buraco da fechadura
e dar com o país das maravilhas,
qual Alice (lebre, lagarta e chapeleiro incluídos).
Porquê, se posso mirar novos sítios, mudar formas,
moldar cores e serpentear a visão
por cascatas de divina originalidade.
Porque me hei-de eu ater aos corriqueiros instrumentos de visualização tão sensaborões como desenchabidos.
Há que inventar, criar, materializar novos utensílios e ferramentas
que nos deixem ver para além das formas e cores instituídas.
Há que respirar com os olhos e com a mente, sorver inspiração e degustar os novos mundos criados, ainda que efémeros e fugídios.  
Qualquer pedaço de vidro rasca serve, 
qualquer estilhaço de nuvem cria o efeito. 
Depois é só avançar com a imaginação.
 





quinta-feira, 19 de fevereiro de 2015

terça-feira, 17 de fevereiro de 2015

domingo, 15 de fevereiro de 2015

Texturas II


"Ver o mundo num grão de areia
e o paraíso numa flor selvagem.
Segurar o infinito na palma da mão
e a eternidade numa hora."
William Blake

Texturas I


Há mundos que só se alcançam com um olhar atento. Entre eles, o mundo das texturas.
Tema apaixonante e ilimitado. 
Quanto mais se regista, mais se encontra.
Aproximações que levam à abstracção das formas. 
Micro-cosmos mágicos que abrem o seu leque dimensional 
e nos convidam a fotografar durante horas, todo e qualquer objecto ou superfície.
Um exercício para a vida inteira. 



sábado, 14 de fevereiro de 2015



Aguadas de vieux chenne  e aguarela

Estruturas



É no Inverno que podemos vê-las sem folhas, analisar as estruturas do tronco 
e a disposição dos ramos. São tão belas na pureza da sua nudez.

terça-feira, 10 de fevereiro de 2015

Árvore II




Árvore I


Oliveira Beirã,

Se soubesses quantos quadros e fotografias mentais temos tuas.
És das nossas árvores favoritas de entre todas. Acredita!
Não digo A favoritas, porque sabes ... tal como de uma pintura, ou de uma música ou de um livro, é impossível dizer-se que se tem apenas um favorito.
Temos o pinheiro, o carvalho, a azinheira até a mimoseira que sei que desdenhas por "não-ser-bem-uma-árvore". (Não te esqueças que é a famosa acácia, tão mágica como tu.) 
 
A tua ramagem e folha são prateadas e a sua pele de filigrana é tão delicada e fina que muita gente não a vê.
O teu formato, tão gracioso e bem estruturado. Porte mediano. Larga e estável.
O teu tronco é esculpido e sólido, robusto e vigoroso, tanto que se tornou simbólico.
E depois, o teu fruto. Aí vences todas as árvores.
 
Da maravilhosa azeitona fazemos o magnífico néctar, poderosa poção que alimenta o espírito e as gentes mediterrânicas desde início dos tempos, e a que chamamos azeite. O mesmo azeite que iluminou muitas noites da humanidade numa parte da sua história; A luz ambarina que se acendia nos templos e nas casas.
 
És mágica, linda e generosa.
Adoramos-te, pronto!
 
PS - De teu nome latino Olea europea, dizem que vens da Ásia Menor. Sabe-se que eras muito cultivada no Égipto há mais de 4.000 anos. A região mediterrânica foi a tua escolha expansiva. Diz-me oliveirinha... são todas essas histórias que nos contas quando pomos um toro da tua madeira na lareira?
 
Abraço-te, como se vos abraçasse a todas.

Desenho - Bela G.
Texto - Isa G.
 
 

terça-feira, 3 de fevereiro de 2015

Estruturas


Numa folha seca também se observam pequenos cosmos. 
Redes intrincadas de filamentos naturais que se entrelaçam em fibonaccis transcendentes. 
A natureza tende a criar as formas mais úteis ao objectivo que pretende. 
As das folhas são assim: belas, romanescas, sublimes.

Está frio!


Saudades da lareira acesa na casa dos meus avós e das boas conversas com a lenha de azinho. 
Está frio e só apetece aconchegar onde quer que esteja quente. 
Fazer de gato e dormitar.