terça-feira, 10 de fevereiro de 2015

Árvore I


Oliveira Beirã,

Se soubesses quantos quadros e fotografias mentais temos tuas.
És das nossas árvores favoritas de entre todas. Acredita!
Não digo A favoritas, porque sabes ... tal como de uma pintura, ou de uma música ou de um livro, é impossível dizer-se que se tem apenas um favorito.
Temos o pinheiro, o carvalho, a azinheira até a mimoseira que sei que desdenhas por "não-ser-bem-uma-árvore". (Não te esqueças que é a famosa acácia, tão mágica como tu.) 
 
A tua ramagem e folha são prateadas e a sua pele de filigrana é tão delicada e fina que muita gente não a vê.
O teu formato, tão gracioso e bem estruturado. Porte mediano. Larga e estável.
O teu tronco é esculpido e sólido, robusto e vigoroso, tanto que se tornou simbólico.
E depois, o teu fruto. Aí vences todas as árvores.
 
Da maravilhosa azeitona fazemos o magnífico néctar, poderosa poção que alimenta o espírito e as gentes mediterrânicas desde início dos tempos, e a que chamamos azeite. O mesmo azeite que iluminou muitas noites da humanidade numa parte da sua história; A luz ambarina que se acendia nos templos e nas casas.
 
És mágica, linda e generosa.
Adoramos-te, pronto!
 
PS - De teu nome latino Olea europea, dizem que vens da Ásia Menor. Sabe-se que eras muito cultivada no Égipto há mais de 4.000 anos. A região mediterrânica foi a tua escolha expansiva. Diz-me oliveirinha... são todas essas histórias que nos contas quando pomos um toro da tua madeira na lareira?
 
Abraço-te, como se vos abraçasse a todas.

Desenho - Bela G.
Texto - Isa G.